
Você já teve a experiência de se sentir extremamente incomodado em um determinado ambiente? Ou, tão confortável em um local que se sentiu como se estivesse “em sua própria casa”?
As Neurociências tem explorado a relação entre nosso cérebro e o ambiente em que estamos, e como isso pode afetar nosso humor, nossas emoções, nossa saúde mental e física.

Tornar ambientes construídos pelo homem mais acolhedores e agradáveis, sempre foi objetivo dos profissionais da área. A cada instante, tentando nos lembrar que somos seres sociais e naturais. Isso decorre do fato que, o bem-estar dos colaboradores passa a ser o foco principal das empresas, uma vez que, a produtividade e criatividade, fluem melhor em ambientes onde as pessoas se sentem bem e têm suas necessidades de acomodação bem atendidas. Disso decorre que, a criação de uma boa experiência no ambiente de trabalho, exige uma compreensão do que as pessoas precisam para poder se destacar no desempenho de suas funções. Por isso, a “Neuroarquitetura” assume o importante papel de estudar os comportamentos e promover melhorias através da arquitetura e do design.
O espaço físico afeta diretamente as pessoas. Se forem mal projetados, prejudicam a saúde física e mental; como aquela luz que arde os olhos, o barulho que atrapalha a concentração, e a sensação de estar isolado do mundo, sem saber se está sol ou chuva, por exemplo, são muito prejudiciais. Passar pelo menos oito horas em um ambiente de trabalho assim, pode ser um risco à saúde. O resultado é alto nível de estresse e queda na produtividade. Um projeto arquitetônico que muitas vezes se inicia com simples esboços e muito conhecimento adquirido, bem desenvolvido, muda essa realidade e dá a sensação de bem-estar aos colaboradores da empresa.
Arquitetos e designs usam as neurociências para criar ambientes que sejam adaptáveis e flexíveis para diferentes necessidades e públicos. Por exemplo, projetos de espaços públicos podem levar em consideração as necessidades de pessoas com deficiência, idosos e crianças, criando ambientes que sejam inclusivos e acolhedores para todos.

A neurociência é uma área de estudos relativamente nova e multidisciplinar, entretanto muitos profissionais da área de arquitetura, urbanismo e design de interiores estão considerando os estudos das neurociências aplicadas ao comportamento humano em seus projetos para criar ambientes construídos mais acolhedores e agradáveis, que promovam o bem-estar e a saúde das pessoas que os utilizam.
Em outras palavras é analisando os resultados dos estudos científicos e relatos sobre a relação cérebro e ambiente, que os arquitetos têm uma ferramenta poderosa em suas mãos, que podem auxiliar as empresas a reduzir fatores de estresse dentro da organização, e contribuir para o bem-estar dos colaboradores, aumentando sua produtividade.
Já vi em meus estudos, que o ambiente em que vivemos afeta nosso cérebro tanto positiva quanto negativamente, não há ambiente que não nos afete. De uma forma ou de outra nos influencia. Consequentemente, impacta também o nosso comportamento, somos humanos. Em ambos os casos nosso cérebro responde com reações, que podem ser de prazer e bem estar, quanto de desconforto, inquietação ou irritabilidade.
Profissionais da área de arquitetura sempre se empenharam em criar ambientes construídos que sejam convidativos e agradáveis, e essa tendência só se encaminha para sua intensificação no futuro, à medida que estudamos as reações do nosso cérebro, nosso comportamento e as usamos para otimizar nosso bem-estar nos mais diversos espaços. Assim como, simultaneamente as pessoas passam a valorizar cada vez mais a qualidade de vida em seus espaços habitacionais e de labor, valorizando o trabalho realizado pelo profissional.
A compreensão dos efeitos do ambiente construído no cérebro humano pode ajudar os profissionais a projetar espaços que promovam a saúde mental e física das pessoas que os utilizam, esse é o meu maior objetivo.

Este croqui, é um estudo autoral de ambiente corporativo, onde o colaborador para resolver a tarefa diária dele precisa utilizar dois monitores de computador, mais 1 teclado e 1 mouse. Também foi previsto para ele espaço para manipulação de papel tamanho A-4 e telefone celular. Para esse espaço foram considerados no ambiente: Ergonomia, iluminação, conforto visual, distancia correta dos olhos do colaborador aos monitores, assim como a altura correta para o usuário, altura da mesa(sendo ela ajustável) e móvel de apoio com rodízios, armário de arquivo para pastas suspensas, assim como prateleiras de apoio e local para pendurar agasalhos. Todo o projeto depende das necessidades, da tarefa a ser realizada, do contratante, do colaborador e de um briefing muito bem feito.